Como seria ter 6 dedos na mão?
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sábado, 23 de junho de 2018

Como seria ter 6 dedos na mão?

Biólogos não sabem o motivo, mas humanos e grande parte dos mamíferos com quatro membros possuem cinco dedos. Você já pensou se existiriam vantagens em possuir um a mais? Será que você se transformaria em um prodígio do piano? Ou seria o rei do artesanato, tecendo tramas a uma velocidade inimaginável?
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Talvez a inclusão de mais um dedo proporcionasse um aperto de mão mais firme, mas ele seria dispensável se considerássemos a coordenação motora fina. Segundo o geneticista da Escola Médica de Harvard Cliff Tabin, “nossa destreza se deve principalmente à combinação do uso dos dedos indicador e polegar, e por isso um extra não faria muita diferença nesse sentido”.

Você sabe contar até 12?

No que diz respeito a habilidades motoras, cinco dedos parecem ser suficientes, mas em relação à nossa forma de contar? Nosso sistema numérico é o decimal, pois se baseia no uso de dez algarismos para representar todos os números. Isso parece um tanto quanto óbvio, mas nossos dez dedos tornam esse aprendizado algo muito natural.
Segundo Tabin, se nossas mãos tivessem seis dedos cada, provavelmente trabalharíamos com um sistema de base 12, exatamente por ser algo mais fácil de se assimilar. Esse pensamento é compartilhado também por Mark Changizi, que escreveu um livro intitulado “The Vision Revolution”, onde defende a ideia de que matemática, línguas e até a música se desenvolveram a partir do momento em que pareceram mais naturais.
Pequenos detalhes da nossa rotina, como o formato das letras, passaram por grandes transformações até chegarem ao ponto como são hoje. Segundo ele, essas modificações procuram sempre tornar tudo o mais próximo possível do que é encontrado na natureza. Assim, utilizar a base dez como sistema numérico é algo espontâneo para nós, pois faz parte da nossa própria constituição.
Polidactilia
Algumas pessoas nascem com seis dedos, algo considerado um erro genético que não gera grandes problemas nem vantagens para a pessoa. Por isso, de um ponto de vista evolutivo, possuir uma duplicata é algo irrelevante. Segundo Tabin, para um dedo extra ser vantajoso em humanos, precisaria ser algo parecido com um polegar a mais, semelhante ao que existe em ursos panda. Eles possuem uma protuberância no lado contrário do polegar, como uma extensão do osso do pulso, que os auxilia durante a alimentação prioritária de bambu.
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Segundo Changizi e sua ideia de que tudo se direciona para a natureza, nós nunca teremos um sexto dedo. Ele desenvolveu uma teoria explicando o motivo de termos cinco nas mãos, que chamou de “regra dos membros”.
Usando como referência uma regra utilizada para determinar o número de nós em redes de computadores, ele calculou o número ideal de membros de que um corpo precisa para interagir com o mundo exterior, baseado no seu tamanho. De acordo com ele, quando as patas são muito maiores que o corpo, o número ideal é seis (considere insetos nesse caso). Já quando  são bem pequenos, o seu número cresce bastante (como na centopeia). Usando a mesma lógica, ele diz que os dedos podem ser imaginados como membros da mão, e considerando essa proporção, o número ideal seria os cinco que possuímos.
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Já Frank Wilson, neurologista aposentado, uma das principais referências em pesquisas da relação entre cérebro e mão por décadas, diz que cinco são o limite. Segundo ele, o desenvolvimento de próteses modernas tem mostrado que com o uso de menos dedos elas se saem tão bem quanto com cinco. “Nosso número de dedosprovavelmente é incidental, como desenvolvedores de próteses estão descobrindo. Então, antes de uma mão com seis dedos, eu preferiria uma com quatro”, conclui.
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